Este artigo reconstrói a trajetória de Gilvan Samico mobilizando algumas de suas produções artísticas e apreciações de críticos de arte. O intuito é evidenciar a relação assimétrica entre produtor e críticos, o que impacta nas opções estéticas e na forma como elas são interpretadas. A circulação deste artista entre Recife, São Paulo, Rio de Janeiro e Olinda imprime aspectos específicos, formais e temáticos às suas gravuras. A incorporação de uma gramática visual difundida pelos centros, a busca por uma temática vinculada a uma noção de brasilidade e, ao mesmo tempo, a forma como os críticos analisam suas produções vinculando-as ao universo popular evidencia uma relação específica entre centro e periferia na produção artística brasileira.